por Dandara Morais
Rio Tapirapé agonizando |
O Lago de Fora também conhecido como Lago do Zé campos, em Porto Alegre do Norte, fica em uma Área de Preservação Permanente, APP, cerca de 300 metros de uma plantação de soja. Com a chegada da chuva, a enxurrada
passa pela lavoura e deságua no lago, isso pode ser a causa da morte dos peixes. O agricultor aposentado, João Manoel, 83, morador do município desde 1961 relata que não viu nada igual na região.
A região do Baixo Araguaia sempre fora nutrida pelo comércio local e a agricultura familiar. Em 2001 a região começa a se transformar, a monocultura invade o cerrado, e os primeiros sinais de destruição vão aparecendo pouco a pouco. Migração do homem do campo para cidade, quem tinha o seu pedaço de terra para plantar o arroz, a mandioca, o feijão, a cana, a banana, vende ou aluga seu pequeno espaço para o cultivo da soja. A deusa do mercado.
Para manutenção da lavoura muitos cuidados, tratores de esteira para derrubar a vegetação nativa, grades para arar a terra, e aviões carregados de veneno são os novos habitantes da região.
Não se cerca a natureza |
O lago de Fora, local de banho e de pesca, agora esta cheio de peixes mortos, eles bóiam sobre a água e João Manoel vai remando e dizendo “piau, tucunaré, mandi, cachorra, pacu, bicuda, cará”. É época de piracema, e estes peixes, provavelmente iriam procriar. O morador observa que a enxurrada é constante, e logo a água suja chegará ao rio Tapirapé, “Agora nego vai ficar “veiaco” na hora de comer peixe”. O rio Tapirapé é um dos principais afluentes do rio Araguaia, e abastece a cidade de Porto Alegre do Norte.
Porto Alegre do Norte, 21 de novembro de 2012.
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