quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ISPN divulga lista de projetos aprovados no edital 2/2013 do PPP-ECOS

Não foi tarefa fácil selecionar 36 dentre os 226 projetos recebidos para o 17º Edital do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais com recursos do GEF.

As propostas escolhidas beneficiarão comunidades indígenas, quilombolas, geraizeiras, agricultores familiares e assentados de reforma agrária de 13 estados dos biomas Cerrado e Caatinga.

Clique aqui e confira a lista dos 36 projetos selecionados.

Via ISPN

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Matutano

No silêncio da noite
Pensando...
Nas coisas da vida
Que vem e que vão
Como raios de estrelas
Caindo no mar
Ao longe
O canto de acauã
Agourando os versos do Jeca
Que escreve em fumaças de páia de mii
A cinza
O suor do rosto
Caindo no chão
Chão-cinza de terra batida
Abatida
Cansada de sol
Vejo flores
Rosas
Margaridas
De tantas cores iguais
Passarinhos fora do ninho
Sozinhos
Sem vizinhos
Como formigas
Que seguem seu destino
No mesmo caminho
Seguindo, seguindo, seguindo...


Edilson Pereira (Membro da ATV) 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sistema “Casadão” técnica de plantio no cerrado

por Dandara Morais

Neste mês de setembro a Associação Terra Viva recebeu a visita dos pesquisadores da Embrapa.


Os pesquisadores estão em busca de registrar as técnicas criativas de plantio de árvores no cerrado utilizadas pelos pequenos agricultores.  Os estudos começaram em setembro de 2011 em um seminário de troca de experiências sobre plantio de arvores do cerrado que ocorreu em Brasília.



Neste segundo momento do projeto, para aprofundarem a pesquisa, Daniel Vieira, Bárbara Fellows e Nayara da Embrapa Cenargen- Brasília, visitam os agricultores e acompanham de perto o processo de plantio.

Foram dois dias de visitas num processo de entrevista aos agricultores, visita de campo e filmagens. Estiveram no sítio do Valdo, agricultor e presidente da ATV, e puderam observar o plantio em várias fases: terra preparada para cultivar, plantação de um até dez anos.

Visitaram Jõao Bode, Acrísio e Placides que são agricultores do Projeto Assentamento Manah e membros da ATV e do sistema de plantio Casadão (Sistema Agro Florestais). Em 2011 o Placides foi o representante da ATV no encontro em Brasília ele fala todo satisfeito “é bom ver o esforço da gente sendo reconhecido, ainda mais aqui onde tudo é pastagem” diz.

O projeto é denominado Registro e Divulgação de Tecnologias de Plantio de Árvores por Agricultores Inovadores e pretende contribuir para facilitar a troca de experiências entre um agricultor e outro, e entre os agricultores e os pesquisadores, divulgando as práticas utilizadas. Esta troca de experiências também pode ajudar na melhoria das técnicas. O projeto conta com apoio da Embrapa Cenargen, do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da FINEP. 



Daniel comenta que a pesquisa é importante porque é uma forma de divulgar os meios de plantio no cerrado, valorizando as técnicas dos agricultores que vivem e usufruem dessa terra “Porque as pessoas que vivem, utilizam e respeitam a terra são importantes para a conservação da natureza. Registrando as experiências que estão sendo boas para elas, como as técnicas de plantio de árvores no cerrado, podemos mostrar o valor deste conhecimento para a sustentabilidade da agricultura” diz. 

Fotos: Arquivo

Via: AXA

sábado, 17 de agosto de 2013

Sonho que se sonha junto

Sckarleht Martins e Dandara Palmares, acadêmicas do curso de Jornalismo da UFMT/Cua,irão participar do II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental, com a apresentação do artigo "PEC 215: A Narrativa Social nos Caminhos do Discurso Midiático". 

As estudantes se mostram preocupadas em como os temas ambientais, principalmente os que envolvem causas indígenas, estão sendo noticiados e discutidos pela grande mídia. Nessa perspectiva elas tem contribuído ativamente nas discussões a cerca da causa dentro e fora da universidade. 



PEC 215: A Narrativa Social nos Caminhos do Discurso Midiático


Resumo: Este artigo analisa a cobertura da revista Veja e dos jornais Folha de São Paulo e Brasil de Fato em relação às manifestações indígenas na Câmara dos Deputados, em abril deste ano. Os índios ocuparam o plenário durante a votação da Proposta de Emenda Constitucional 215, que transferia da Funai para o Congresso a competência para a aprovar a demarcação, titulação e homologação de terras. Observa-se que o assunto foi tratado de maneira diferente por cada veículo, de acordo com a sua linha editorial. No discurso de Veja o protesto é caracterizado como baderneiro e antidemocrático. A Folha de São Paulo apesar do caráter de reprovação ao ato observa que os indígenas colaboraram com a negociação. E o jornal Brasil de Fato prefere uma abordagem mais interpretativa dos fatos, resgatando o histórico e os motivos políticos da ação dos índios.


Palavras-Chave: Indígenas 1. PEC 215 2. Veja 3. Folha de São Paulo 4. Brasil de Fato 5.




quarta-feira, 31 de julho de 2013

Agroecologia: uma opção de vida

Muitos parceiros têm trabalhado e tentado desmistificar a agroecologia na região do Baixo Araguaia.


por Dandara Morais

As atividades não cessam, e cada dia chega gente nova a fim de compartilhar experiências. Como é o caso da Caroline Ferreira Araújo, que veio de Redenção-PA, para estagiar na Associação Terra Viva.

Caroline chegou um pouco alheia ao que lhe esperava, ela é estudante do curso de Técnico em Agropecuária, e o contato com a agricultura familiar não tinha sido significativo. Veio para Porto Alegre do Norte-MT a convite da Claudia Araújo, engenheira florestal que trabalha na Comissão Pastoral da Terra da região. Caroline diz “Vim para Porto Alegre do Norte para estagiar na Associação Terra Viva, por saber que era uma boa oportunidade, pela história da entidade, mas não tinha nem noção do que iria fazer e aprender”.

Talvez por sorte, Caroline chegou no período em que estava ocorrendo o Encontro da Rede de Sementes do Xingu. Pode conhecer e entender o trabalho dos grupos que atuam na região como ATV, Ansa, Isa, Opan e outros parceiros, como os índios do Parque do Xingu, Karajá e as mulheres Xavante. Caroline fala que não imaginava que o mundo tivesse assim, e a partir desse contato com o trabalho ambiental, com luta pela vida da natureza, ela pretende a contribuir com a causa ativamente.
X Encontro da Rede de Sementes 

No estágio Caroline teve acesso a livros e vídeos sobre agroecologia, participou do processo de coleta e seleção de sementes, visitou assentamentos e pode ver de perto que uma nova realidade é possível, como é o caso dos plantios ao modo Casadão (o plantio diversificado de plantas onde se procura imitar os princípios de uma floresta). Carol reflete sobre esse contato “As coisas foram se esclarecendo, percebi a importância que as árvores têm para nosso planeta. O que o ser humano esta fazendo com a nossa terra é ruim, e todo mundo sai prejudicado”.

Carol estágio na Chácara Terrágua 
A luta em prol da vida e do meio ambiente é cotidiana, é um fogo que o vizinho coloca nas folhas secas, é uma lata de refrigerante jogada no chão, é o desmatamento das matas ciliares, tudo interfere negativamente na natureza. O ser humano precisa refazer suas práticas em relação ao ambiente, a estudante Caroline observa “a ATV é uma entidade que luta diariamente para mostrar como a agroecologia é possível, e que se dá para plantar e colher sem usar agrotóxico, e pode misturar tudo, não precisa plantar só um tipo de espécie”.


Caroline após a estadia em Porto Alegre do Norte-MT volta para o sua casa disposta a mudar, desde já, a realidade em que vive “Com esse estágio concluí que eu sou mais uma pessoa que vai entra nessa batalha contra a devastação, vou me especializar se Deus quiser e vou voltar. Enquanto isso não acontece vou fazer o que é certo e abrir os olhos de quem não sabe o mal que esta fazendo”.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Hoje tem marmelada? Tem sim, senhor!

por Dandara Morais



Aconteceu o X Encontro da Rede das Sementes do Xingu em Porto Alegre do Norte-MT, entre os dias 28, 29 e 30 de junho de 2013. Nos intervalos o Francisco Igliori Gonsales, do instituto Bacuri, ensinava para as crianças a arte do circo.

Chico da aulas circenses para crianças e adolescentes da periferia de São Paulo. Tem ainda um projeto de arborização do bairro em que mora, ele e alguns moradores fazem mudas e plantam pelas ruas e praças do bairro.

No encontro da Rede, também estavam participando as crianças que fazem parte do projeto de Educação Ambiental da Associação Terra Viva. Apesar de não estar com seus materiais de trabalho, nos intervalos do encontro, Chico se dedicava a ensinar a elas as brincadeiras circenses.  Com muito improviso e jogo de cintura, fizeram malabarismo com laranja e trapézio humano.

Augusto, de 9 anos, ficou encantado com as artes e já o convidou para vir no próximo ano “Você podia vir de novo e trazer tudo de circo pra nós”.  Maria Eduarda, 7 anos, no primeiro momento não quis participar, era a única menina do grupo, mas foi perdendo a vergonha e se divertiu a beça “é muito legal, ele inventa muita brincadeira”.

João Pedro, 6 anos, além de se divertir, trouxe a mãe para apreciar as atividades. As mães entraram na brincadeira e deixaram se encantar pela arte. Yuri, 6 anos, participou de todas as atividades e saiu feliz dizendo que ia ensinar para os coleguinhas da sala e pro irmãozinho “Na escola no recreio agora vou brincar de circo, e lá em casa também”. 

domingo, 23 de junho de 2013

Tô num estado


Tô num estado de graça
Comendo pipoca
E coçando a barriga
GERAÇÔES: Meus filhos,
Meus netos
Estão nas ruas
Tô num estado
De riso
Conto Estrelas
Canto pra lua
Meus filhos
Meus netos
Estão nas ruas
Tô num estado
De encanto
Sinto o cheiro
Do asfalto
As cores dos meus
Sonhos
Gerações
Meus filhos, meus netos
O estado se
Curvou.


Valdo da Silva 22/06/2013

ATV no ar

A Associação Terra Viva de Agricultura Alternativa e Educação Ambiental (ATV) que atua no território da Prelazia de São Felix do Araguaia – MT foi reconhecida como Entidade de Utilidade Pública.

por Dandara Morais
Encontro de educação ambiental na PA Manah



A Declaração de Utilidade Pública é o reconhecimento pelo Poder Público, de que uma entidade civil presta serviços, de acordo como seu objetivo social, de interesse para toda a coletividade. É uma parceria entre entidade e estado, unidos em prol de um bem maior para sociedade.
Para Valdo da Silva, presidente da Associação Terra Viva, o titulo é um respaldo na busca de parcerias para a continuidade dos trabalhos voluntários da entidade. Valdo diz “temos trabalhado em busca da preservação ambiental e melhoria na relação do homem com a natureza”. Um dos trabalhos realizados têm sido a preservação e recuperação de áreas degradadas no município de Porto Alegre do Norte – MT e os encontros realizados em parceria com a Comissão Pastoral da Terra, que discutem educação ambiental na região do Baixo Araguaia.
Valdo acrescenta que o lema da instituição é “recuperar, conservar e gerar renda” e neste momento estão buscando o reconhecimento de duas áreas como Área de Preservação Permanente, no município de Porto Alegre do Norte, visando à proteção da fauna e flora que tem sofrido com a degradação ambiental trazida pela cultura do agronegócio que invadiu a região.
Foto: Arquivo

O Beijo da Lua


A lua desceu na estação das flores,
beijou as águas e afagou a terra.
Sussurrou no ouvido de cada rosa
e determinou ao vento que exalasse
o perfume das flores pelos ares,
porque só os beija-flores,
as borboletas,
as abelhas
e os insetos menores,
não dão conta de tamanha tarefa.
Ordenou a chuva que regasse todas as plantas,
mas que fosse bem leve ao cair,
para não fazer barulho
e acordar os espíritos guardiães das florestas.
Pediu ao arco-íris
que se lambuzasse bastante
com as cores rosa, parda e preta,
pois se tornaria mais brasileiro.
Deu uma dura no fogo
para que deixasse de queimar inutilmente:
DEIXA DE SER FORASTEIRO, FOGO!
Seja chama! Vida! Renovação!
Não seja destruição!
Você brilha muito mais praticando o bem!
Solicitou à chefe das estrelas,
a estrela D'Alva,
que nas noites de sua ausência,
descanso da lua,
que pairasse sobre os triêros
e os caminhos,
para que brilhasse
todos os passos do bem e da felicidade.
Assim, não deixaria só por conta dos vaga-lumes.
Pediu ao uirapuru
que cantasse mais vezes no ano,
e que se juntasse aos outros pássaros
e fizessem uma sinfonia de cantos.
Cantando, a terra fica corada,
as flores mais vivas
e a brisa mais suave.
Antes do amanhecer,
a lua deu um beijo na aurora,
banhou nas águas do Araguaia,
se perfumou com as flores do cerrado
e foi se aquecer bem perto do sol,
que já estava quase acordando.


Edilson Pereira Santos

Agricultura familiar ganha espaço no meio acadêmico

por Dandara Morais



Formandos do curso Técnico em Agropecuária, do Instituto Federal de Mato Grosso campus de Confresa-MT,  destoam da grande maioria e apresentam  trabalho de conclusão de curso sobre agricultura familiar.

O curso Técnico em Agropecuária tem como objetivo a formação de profissionais com domínio das tecnologias voltadas para a agropecuária, capazes de planejar, executar, acompanhar e fiscalizar todas as fases dos projetos agropecuários na administração de propriedades rurais.

Três acadêmicos do IFMT fugiram deste conceito, e buscaram estudos mais próximos de sua realidade, a agricultura familiar.  Esta caracterizada pelo cultivo em pequenas propriedades rurais, para a subsistência, mantido essencialmente pelo núcleo familiar.

Na região do Baixo Araguaia a ATV - Associação Terra Viva de Agricultura Alternativa e Educação Ambiental, tem contribuído para mudança da relação homem/natureza, deste modo tem atraído estagiários que buscam uma abordagem além das linhas tradicionais para seus trabalhos curriculares.

O acadêmico do curso Técnico em Agropecuária, Murilo Junior Silva Sousa, 17 anos, que teve como tema do TCC Alternativa de Produção Sustentável comenta que as informações vistas em sala de aula foram muito restritas no âmbito de abordagem de produção sustentável, e no estagio ele pode ter um maior contato com o tema “devido a grade curricular do curso não se aprofundar em matérias que abrangem a produção sustentável, que é o foco da ATV, muito conhecimento adquirido na prática, não nos foi dado em sala de aula”, descreve.

A estudante do IFMT, Pâmella Martins Souza, 18 anos, autora do trabalho Iniciativas Socioambientais de Pequenos Produtores Rurais em Porto Alegre e Canabrava do Norte, fez seu estágio na associação e diz tê-la escolhido por que procurava um lugar onde se preocupassem com meio ambiente “na ATV eles se preocupam com o meio ambiente, e trabalham de forma sustentável” comenta.

O crescente e desordenado avanço da monocultura e da agricultura industrial na região é um fator preocupante, a academia e os moradores locais, tem que se atentar para os prejuízos causados por ela. Deste modo o acadêmico João Vitor Souza Costa, 23 anos, buscou trazer à tona a discussão sobre a Apicultura: Extração e Beneficiamento do mel, que sofre interferência direta desse processo. Ele lembra a importância da apicultura e da não agressão ao meio ambiente e ainda ressalta que a comunidade local, sabendo da riqueza natural da região (fauna/flora), deve se atentar em saber lidar com a natureza “buscar meios alternativos para ganho econômico e preservação do meio ambiente” diz.